segunda-feira, 23 de maio de 2011

Surge a grande pergunta: o que é filosofia e o que é arte?

         Filosofia enquanto pensamento grego (Thaumázein) traduz o termo para  espanto, admiração diante do novo. Todos os seres humanos nascem com esta perspectiva. Infelizmente, ao longo do tempo, acabamos nos acostumando com todas as coisas e perdemos este contato maior com o filosofar.    
           Muitas vezes o ato do filosofar é morto por contas do convívio social que temos, pelo contexto familiar e até algumas vezes pela própria escola que frequentamos. Platão aponta no Mito da caverna que existem alguns seres que não se deixam levar pelo contexto. Conseguem sobreporem-se, saírem da caverna, perceberem que o que até então eles viam não passa de sombras. Que existe um mundo inteligível fora da caverna onde está a essência de todas as coisas e tem por obrigação voltar ao interior da caverna e esclarecer seus antigos companheiros.
             Este, logo é o mais apto a governar os demais (Rei-Filósofo), por ter contemplado mais de perto a idéia de verdade e de essências da todas as coisas que existem no mundo sensível. Assim, o próprio Platão acaba por condenar a arte, relegar a esta a ser apenas cópia da natureza, que por sua vez é cópia da essência.
              Ouso discordar de Platão e afirmar que na verdade a arte é o ponto de start para um mundo desconhecido, concordando com Arthur Schopenhauer quando aponta, por exemplo, na Metafísica do Belo, que a arte por excelência (MÚSICA), é a saída mesmo provisória da angústia do homem. Esta provocada pelo vontade constante do homem, por não conseguir ser plenamente feliz, por conta, de que sempre que algum desejo é realizado vem logo de imediato um novo desejo, e assim,  tais desejos movem o homem, dando impulso de vida.
                A grande pergunta é: em que ponto termina a filosofia e começa a arte? Ouso afirmar que as duas estão entrelaçadas na dependência uma da outra. Arte então: é aquela que provoca os sentimentos do homem, por mais que Platão condene o sensível. A arte contemporânea, por exemplo, acaba por interagir com o observador. Criatura e criador, arte e observador, acabam por se confundir.
                   

Filosofia e arte: duas faces de uma mesma moeda!

Filosofia um passo primeiro,
Um despertar para um novo dia.
A vontade enquanto impulso de vida,
O desejo que move o homem.
A angústia pela não completude,
Uma saída provisória se aponta.

Que saída é esta?

A música enquanto sonoridade,
A invasão dos sons no ser.
Estado de êxtase, alegria e contemplação,
Viva!

Mesmo que tão logo o teu estado de angústia volte,
Pois, isto é como um pêndulo,
Volte-se novamente à música,
E verás a incrível mágica.

Que a 9 sinfonia, as quatro estações e outras vão provocar em teu ser...